O Luís Filipe diz que vai trabalhar para Kuala Lumpur num Call Center da Oracle. Já não sei bem se é da Oracle ou da HP, mas é seguramente um Call Center.
Para quem conhece o Luís desde a infância nada disto é novidade. Este rapaz sempre teve uma galáxia diferente de planetas e não tem sombra do mesmo sol que o comum dos mortais. Lembro-me como se fosse ontem da cara horrorizada da professora Maria do Carmo quando à pergunta "O que é que queres ser quando fores grande?" o Luís respondeu que queria ser domador de leões-marinhos no Sea World de Orlando na Flórida. Aos 7 anos de idade nenhuma criança sabia onde é que ficava a Flórida e muito menos o que era um leão-marinho.
O Luís levou uma nota negativa no trabalho de percepção pessoal e não teve lanche nesse dia. Fiquei amigo imediato do Luís nessa data memorável e nunca mais o larguei de vista. Até porque 2 metros de altura de um cinturão negro em Bushido (ou será Jiu-Jitsu?) não se perdem no horizonte.
Depois de vários "projectos" como vitrinista de roupa para criança que acabaram num incêndio na loja dos tios e de um café que só servia chás japoneses e fechou passado um mês, já nos tínhamos habituado ao novo e estimulante "projecto" do Luís a cada mês.
Desta vez o tipo trocou-nos as voltas e deixou-nos a ver um vídeoclip da Lady Gaga em fast forward.
Eu, que já sei os cantos à casa, pergunto ingénuamente se o Call Center é certificado pela SAP e se tem licença de CRM. Ele responde tranquilamente que o Call Center é apenas um atalho rápido para atingir um objectivo mais complexo. Diz que quer trabalhar com primatas nas florestas do Borneo porque leu o livro da Jane Goodall de uma assentada. "Ah", digo eu. "Está tudo explicado".
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